A psoríase é uma doença inflamatória crônica da pele, não contagiosa, que pode apresentar uma variedade de manifestações clínicas. A psoríase crônica em placas (psoríase vulgar), o subtipo mais comum, é caracterizada por placas eritematosas (avermelhadas) bem demarcadas com escamas grosseiras sobrepostas, encontradas principalmente no couro cabeludo, joelhos e cotovelos.
A psoríase é um distúrbio relativamente comum, que pode começar em qualquer idade, embora seja menos frequente em crianças do que em adultos. Uma revisão sistemática descobriu que a prevalência de psoríase variou de 0,5 a 11,4 por cento em adultos e 0 a 1,4 por cento em crianças. A sua prevalência tende a aumentar com o aumento da distância da linha do equador.
A doença acomete ambos os sexos. Há dois picos de incidência da psoríase: entre 30 e 39 anos e entre 50 e 69 anos.
FATORES DE RISCO
Existem vários fatores de risco propostos para a psoríase. A predisposição genética é considerada um contribuidor chave, e fatores ambientais e comportamentais também podem desempenhar um papel importante.
FATORES GENÉTICOS
O suporte para uma contribuição genética para a psoríase vem da observação de que aproximadamente 40 por cento dos indivíduos com psoríase têm história familiar da doença, bem como a observação de que a doença é mais frequentemente observada entre gêmeos idênticos.
CAUSAS DA PSORÍASE
Além da genética, outros fatores estão envolvidos no aparecimento e evolução da doença. Fatores psicológicos, estresse, uso de certos medicamentos da classe dos corticoides, tabagismo, obesidade, uso de anti-inflamatórios, alguns medicamentos psiquiátricos como o lítio, tempo frio com pouca luz solar, traumas sobre a pele e ingestão alcoólica, foram identificados como potenciais fatores desencadeantes ou agravantes.
De acordo com a localização e características das lesões, existem vários subtipos de psoríase:
• Psoríase vulgar (em placas) – lesões de tamanhos variados, delimitadas e avermelhadas, com escamas secas, aderentes, prateadas ou acinzentadas que surgem no couro cabeludo, joelhos e cotovelos (mais frequente);
• Psoríase invertida – lesões mais úmidas, localizadas em áreas de dobras como couro cabeludo, joelhos e cotovelos;
• Psoríase gutata – pequenas lesões localizadas, em forma de gotas, associadas a processos infecciosos. Geralmente, aparecem no tronco, braços e coxas (bem próximas aos ombros e quadril) e ocorrem com maior frequência em crianças e adultos jovens;
• Psoríase eritrodérmica – lesões generalizadas em 75% ou mais do corpo;
• Psoríase ungueal – surgem depressões puntiformes ou manchas amareladas principalmente nas unhas das mãos;
• Psoríase artropática – em cerca de 8% dos casos, pode estar associada a comprometimento articular. Surge de repente com dor nas pontas dos dedos das mãos e dos pés ou nas grandes articulações como a do joelho.
• Psoríase pustulosa – aparecem lesões com pus nos pés e nas mãos (forma localizada) ou espalhadas pelo corpo;
• Psoríase palmo-plantar – as lesões aparecem como fissuras nas palmas das mãos e solas dos pés.
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico de psoríase em placas crônica, pode ser feito por exame físico na grande maioria dos pacientes. Uma biópsia de pele pode ser útil para casos desafiadores, mas geralmente não é necessária. Não existem outros testes laboratoriais que confirmem o diagnóstico.
TRATAMENTO
Os médicos devem estabelecer objetivos razoáveis de tratamento, deixando claro para o paciente que o objetivo principal do tratamento é o controle da doença. Embora o tratamento possa proporcionar aos pacientes altos graus de melhora, não há cura para a psoríase.
A psoríase pode afetar as percepções dos pacientes sobre si próprios e isso pode potencialmente iniciar ou exacerbar distúrbios psicológicos, como a depressão, o que justifica o uso de antidepressivos.
Para fins de planejamento de tratamento, os pacientes podem ser agrupados em categorias de doença limitada e doença moderada a grave. Muitas vezes, a doença cutânea limitada pode ser tratada com agentes tópicos (pomadas, cremes), enquanto os pacientes com doença moderada a grave podem precisar de fototerapia (psoralen + irradiação ultravioleta, conhecido como PUVA) ou terapia sistêmica (medicação oral ou injetável).
Kleber Matias
Médico e Jornalista
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