Hipertensão arterial, usualmente chamada pressão alta, é diagnosticada quando o indivíduo apresenta a medida da pressão arterial, sistematicamente acima dos valores considerados normais. Esses valores correspondem a pressão máxima (sistólica) e pressão mínima (diastólica) respectivamente abaixo de 120 e abaixo de 80 mmHg (milímetros de mercúrio).
As seguintes definições e sistema de estadiamento, que são baseados na pressão arterial adequadamente medida, foram sugeridos em 2017 pelo Colégio Americano de Cardiologia. A técnica de medição adequada, é de suma importância para a identificação de pacientes como sendo hipertensos.
- Pressão arterial normal - máxima abaixo de120 e mínima abaixo de80 mmHg
- Pressão arterial elevada - máxima entre 120 a 129 e mínima abaixo de 80 mmHg
- Hipertensão:
- Estágio 1 - máxima entre 130 a 139 ou mínima entre 80 a 89 mmHg
- Estágio 2 - máxima acima de 139 ou mínima acima de 89 mmHg
Ao avaliar um paciente (adulto), fazer o diagnóstico de hipertensão é complexo e requer a integração de medições repetidas da pressão arterial, usando uma técnica apropriada, dentro e fora do consultório, onde valores abaixo de 140 por 90 são considerados normais. Atualmente acredita-se que a hipertensão arterial pode ser definida por leituras repetidas da pressão arterial em casa, (uma média de leituras domiciliares durante o dia), com valores acima de 130 por 80 mmHg.
Fatores de risco para hipertensão primária (assim chamada, quando a causa não é conhecida)
Idade - o avanço da idade está associado ao aumento da pressão arterial.
- Obesidade - A obesidade e o ganho de peso são os principais fatores de risco para hipertensão.
- História familiar - a hipertensão é cerca de duas vezes mais comum em indivíduos que têm um ou os dois pais hipertensos e outros fatores genéticos são responsáveis por aproximadamente 30 por cento da variação da pressão arterial.
- Raça - a hipertensão tende a ser mais comum, ser mais grave, ocorrer mais cedo na vida e estar associada a maiores lesões a vários órgãos, em negros.
- Doença renal aguda e crônica.
- Dieta rica em sódio - O consumo excessivo de sódio (sal de cozinha), por exemplo acima de 3 gramas / dia, aumenta o risco de hipertensão, e a restrição de sódio reduz a pressão arterial em pessoas com ingestão elevada.
- Consumo excessivo de álcool - O consumo excessivo de álcool está associado ao desenvolvimento de hipertensão, assim como o fumo e o estresse.
- Inatividade física - a inatividade física aumenta o risco de hipertensão e o exercício é um meio eficaz de reduzir a pressão arterial.
As principais causas de hipertensão secundária incluem:
- Uso de medicamentos
- Anticoncepcionais orais,
- Alguns medicamentos anti-inflamatórios, particularmente de uso contínuo,
- A maioria dos antidepressivos,
- A maioria dos corticosteróides,
- Descongestionantes nasais, como fenilefrina,
- Alguns medicamentos para perder peso,
- Antiácidos contendo sódio, entre outros medicamentos menos usados.
Várias outras condições médicas, podem levar ao desencadeamento de hipertensão arterial: doenças renais agudas e crônicas, distúrbios do sono (apneia obstrutiva do sono) algumas doenças que levam ao excesso de produção de corticoide, doenças da tireoide, etc.
Os sintomas de hipertensão arterial são raros e basicamente só surgem quando a medida da pressão arterial está acima de 140 por 90mmHg, podendo provocar enjoos e tonturas, dor de cabeça forte (geralmente na nuca), zumbido nos ouvidos, eventualmente sangramento nasal, dificuldade para respirar e dores no peito.
O tratamento é medicamentoso e depende dos níveis da pressão. Entre as dezenas de medicamentos encontrados no mercado é necessário também uma mudança nos hábitos de vida: fazer exercícios físicos, manter o peso adequado, evitar o fumo, reduzir o consumo de álcool, ter uma alimentação saudável, diminuir o sal da comida, habituar-se a ler o rótulo dos alimentos evitando os que tem maiores teores de sódio e principalmente evitar o estresse. Essas recomendações são também muito importantes na prevenção da doença.
Lembre-se: a hipertensão arterial não tem cura, mas tem controle.
Kleber Matias
Médico e Jornalista
Fonte: Uptodate
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