Necessitamos de duas substâncias muito importantes para a geração de energia: o oxigênio que se encontra presente no ar que respiramos e o açúcar em forma de glicose, presente nos alimentos. Diabetes (mellitus) ou simplesmente diabetes, é uma doença crônica, não transmissível, em alguns casos tem um caráter hereditário, mas parecem depender muito mais de hábitos de vida do indivíduo. Tem como característica a elevação da glicose no sangue. A entrada da glicose nas células está condicionada a presença de um hormônio chamado insulina, cuja produção se dá numa glândula do sistema digestivo: o pâncreas. Quando o pâncreas não consegue produzir insulina suficiente ou quando o organismo não consegue utilizá-lo de forma eficaz a doença se instala. Segundo dados da OMS (Organização Mundial de Saúde) o diabetes acomete 1 em cada 11 pessoas no mundo. Independentemente da causa, altas taxas de glicose no sangue podem trazer inúmeras complicações para o coração, artérias, rins e em casos mais graves pode até levar à morte.
Os sintomas mais comuns do diabetes são aumento do volume urinário (poliúria), sede excessiva (polidpsia), perda de peso, fome excessiva, cansaço, cicatrização difícil, infecções frequentes, entre outras.
O diabetes é classicamente dividido em dois grupos: diabetes tipo I e diabetes tipo II. O tipo I é responsável por 5 a 10% dos casos. É agrupado entre as chamadas doenças autoimunes, onde ocorre um ataque direcionado a alguns grupos celulares, provocados pela produção de anticorpos contra essas células. No caso em questão há uma destruição de algumas células produtoras de insulina no pâncreas. Sem o hormônio a glicose aumenta sua concentração no sangue ao invés de ser utilizada como fonte de energia.
O Tipo 1 ocorre geralmente na infância ou adolescência, mas pode ser diagnosticado em adultos também. Esses pacientes têm necessidade absoluta de terapia com insulina. Além disso, planejamento alimentar e atividades físicas, podem ajudar a controlar o nível de glicose no sangue. Ainda não há pesquisas conclusivas sobre os fatores de risco para o Diabetes Tipo 1,
O Tipo 2 se instala quando o organismo não consegue utilizar adequadamente a insulina que produz; ou não produz insulina suficiente para controlar a taxa de glicose no sangue (glicemia).
Cerca de 90% das pessoas com diabetes têm o Tipo 2. Ele se manifesta mais frequentemente em adultos, mas crianças também podem apresentar. Dependendo da gravidade, pode ser controlado apenas com atividade física e planejamento alimentar. Os principais fatores de risco são:
- pacientes pré-diabéticos
- idade, estresse e alcoolismo
- taxas de colesterol e triglicerídeos alteradas
- sobrepeso, obesidade e sedentarismo
- história familiar e herança genética
- hipertensão arterial
- ingestão de açúcar e gordura em excesso
- mães que tiveram crianças com peso acima de 4 Kg, entre outras.
Há ainda o diabetes gestacional, quando a gestante passa por mudanças em seu equilíbrio hormonal. A placenta, por exemplo, é uma fonte importante de hormônios que reduzem a ação da insulina. Na grande maioria das vezes o pâncreas aumenta a produção de insulina para compensar este quadro. Em algumas mulheres, entretanto, este processo não ocorre e elas desenvolvem um quadro de diabetes gestacional, caracterizado pelo aumento do nível de glicose no sangue.
Por isso é recomendável que a partir da 24ªsemana, em todas as gestantes seja avaliada a glicemia de jejum. Os fatores de risco para o desenvolvimento de diabetes gestacional são:
- Idade materna mais avançada
- Ganho de peso excessivo durante a gestação
- Sobrepeso ou obesidade
- História prévia de bebês grandes (mais de 4 kg)
- Hipertensão arterial na gestação, entre outros.
Pré-diabetes é um termo usado quando os níveis de glicose no sangue estão mais altos do que o normal, mas não o suficiente para um diagnóstico de Diabetes Tipo 2. Obesos, hipertensos e pessoas com alterações nos lipídios (colesterol e triglicerídeos) estão no grupo de risco.
É importante destacar que 50% dos pacientes nesse estágio 'pré' vão desenvolver a doença. O pré-diabetes é especialmente importante por ser a única etapa que ainda pode ser revertida ou mesmo que permite retardar a evolução para o diabetes e suas complicações.
A prevenção do diabetes tipo II passa por alguns pontos-chave, fundamentais para ter uma vida mais saudável:
- uma alimentação equilibrada
- prática regular de exercícios físicos
Kleber Matias
Médico e Jornalista
Fonte: Uptodate
Muito importante e oportuna esta reportagem sobre o Diabetes e suas consequências,doença silenciosa e cercada por um certo preconceito.Sou filha de mãe diabética,acompanhei de perto todo o desenrolar dos fatos, que a levou a ôbito. Tenho um irmão diabético (nasceu c/6kg),onde tudo começou,e somos eu e outra irmã diagnosticadas como "pré diabéticas".
ResponderExcluirRealmente,merece atenção e cuidados!